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Criando seu fundo de emergência

Reprodução Internet


Você, querido leitor, querida leitora, que tem me acompanhado aqui nessa jornada, decerto percebeu que emergências financeiras não avisam quando irão ocorrer, dentre elas, as que chamei de emergências do dia a dia, cujo antídoto adequado seria o fundo de emergência.

Na essência, tal fundo assemelha-se a um seguro, pois mensalmente você pagará uma prestação – como atualmente faz para proteger seu carro – e, somente deverá resgatar os recursos depositados no caso de um acidente financeiro, como aconteceria caso você se envolvesse em um acidente automobilístico. Duas diferenças, entretanto, merecem atenção: (1) o controle sobre depósitos e retiradas é totalmente seu e não da seguradora, o que exigirá de você muita disciplina e renúncia para evitar gastar o saldo acumulado em itens não emergenciais – viagens, trocas de carro ou de guarda-roupas, por exemplo; (2) terminado o prazo de cobertura (suponha que em um ano você tenha conseguido acumular o saldo necessário à sobrevivência em uma crise) o dinheiro acumulado estará incorporado ao seu patrimônio, o que não ocorre no caso de uma apólice contra acidentes, que exige a renovação – e nova despesa – a cada ano. Vejamos a seguir algumas dicas!

QUANTO ACUMULAR? O ideal é que você tenha acumulado um saldo equivalente a pelo menos seis meses (quanto mais, melhor!) de seus gastos. Um bom controle de seu orçamento ajudará na tarefa: some todas as despesas necessárias à manutenção do seu atual padrão de vida em um mês, mesmo sabendo que, no caso de um acidente financeiro, instintivamente você irá reduzi-las. Por segurança, recomendo que acrescente uns 10% sobre o total, para fazer frente às despesas que você esqueceu de anotar. Multiplique o total por seis, se você julgar que seis meses são suficientes para uma emergência financeira.  

ONDE GUARDAR? Teoricamente, você poderia guardar estas reservas até mesmo em casa, ainda que isto não seja recomendável por questões óbvias de segurança. Na prática, o fundo de emergência poderá ser formado a partir dos saldos de diferentes aplicações financeiras, respeitadas aí as considerações sobre liquidez e rentabilidade (veja os próximos itens). O mais importante é você não misturar o saldo deste fundo com suas demais contas e investimentos.

QUAL A LIQUIDEZ? É importante que os recursos estejam em uma ou mais aplicações de fácil acesso no caso da emergência, preferencialmente fundos, Poupança ou títulos que possam ser transformados em dinheiro no curto prazo. Imóveis, pela baixa liquidez e ações, pela volatilidade, não são recomendáveis.

E A RENTABILIDADE? Esta não deve ser a prioridade em sua escolha, que deve estar baseada na liquidez (usualmente, aplicações com baixa liquidez – um CDB, por exemplo – tendem a remunerar o investidor com taxas maiores do que aquelas de alta liquidez – um fundo de resgate imediato, por exemplo). Mas uma alternativa viável e interessante é você distribuir os recursos que formem o fundo em aplicações com diferentes prazos de liquidez, melhorando assim a rentabilidade total (se a emergência ocorrer, você não irá utilizar o saldo acumulado todo de uma vez, concorda?). Exemplificando: se seu padrão de gastos é de R$ 5 mil mensais, procure acumular R$ 30 mil no seu fundo de emergência, que poderão ser distribuídos da seguinte forma: R$ 10 mil em aplicações de liquidez imediata (D0), R$ 10 mil em aplicações com liquidez em 30 dias (D30) e o restante em aplicações com liquidez em 60 dias (D60).

ACESSO: Apesar de líquido, ajudará se você mantiver o fundo longe da conta bancária que você utiliza em seu dia a dia. Abri-lo em um outro banco pode ser uma alternativa para você esquecer de sua existência (do fundo, por favor!) e evitar a tentação de gastá-lo.

Acho a idéia do fundo muito interessante; deveria ser mesmo um de nossos primeiros objetivos financeiros... afinal, tranquilidade, mesmo diante de uma crise, não tem preço, não é mesmo?

Um grande abraço e até a próxima semana!


Inteligência Financeira por Roberto Zentgraf

Graduado em Engenharia Civil (UFRJ), teve experiência profissional construída marcadamente na área financeira, iniciada na Controladoria do Grupo Exxon Foi professor no Grupo Ibmec lecionando disciplinas da área financeira (Matemática Financeira, Estatística, Finanças Corporativas, Gestão de Portfolios, dentre outras)

Paralelamente a estas atribuições, passou a assinar uma coluna semanal sobre Finanças Pessoais no jornal O Globo, tendo a oportunidade de esclarecer as principais dúvidas dos leitores sobre orçamento pessoal, dívidas, aposentadoria, financiamento imobiliário e investimentos. O sucesso atingido pela coluna proporcionou inúmeras participações em palestras, comentários na mídia escrita e televisiva, além da publicação de outros sete livros tratando o tema.

Após obter a certificação de planejador financeiro (CFP® Certified Financial Planner) associou-se à BR Advisors, grupo especializado em soluções financeiras.


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