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23/04/2018 às 07h20

Geral

'Grande erro', diz defensor-público geral sobre ação que prendeu 159

A ação foi anunciada como uma operação contra a milícia que atua na área, mas foi criticada pela Defensoria Pública

Reprodução

Uma festa na Zona Oeste do Rio, no último dia 7, resultou na prisão de 159 pessoas. Entra elas, o artista de circo Pablo Dias Bessa Martins, de 23 anos, que até agora foi o único liberado.

Em entrevista coletiva na manhã de domingo (22), a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro falou sobre a operação que resultou nas prisões. A ação foi anunciada como uma operação contra a milícia que atua na área. No entanto, o defensor-público geral do Estado do Rio de Janeiro, André Castro, a classificou como um "grande erro".

Segundo ele, o problema se manteve com a falta de uma escuta individualizada dos presos pela Justiça. "As decisões na audiência de custódia não foram individualizadas. Não dava espaço para cada um narrar sua situação pessoal (...). Esse é justamente o objetivo da audiência de custódia: uma pessoa quando presa ser apresentada na frente de juiz, na presença de um advogado, de um defensor, e poder expôr o seu caso concreto. Nada disso aconteceu. As audiências foram coletivas e a decisão é a mesma para todos os casos, o que revela desde o início um grave problema. Parece-nos que um grande erro que foi essa operação não se sabe como desfazer", afirmou.

O defensor público disse ainda que "a noite que começou com um espetáculo musical se transformou em um espetáculo de injustiça que permanece até hoje".

"O trabalho da Defensoria tem sido justamente demonstrar de cada uma dessas pessoas a sua história, a sua biografia, que elas não tem nenhum envolvimento com o crime e que não há nenhuma prova que possa mantê-las presas", destacou André Castro.

O jornal Extra destaca que, nos dias seguintes à operação, autoridades como o secretário de Segurança, o general do Exército Richard Nunes, e o chefe da Polícia Civil, delegado Rivaldo Barbosa, avaliaram positivamente a ação.

O ministro de Segurança Pública, Raul Jungmann, chegou a dizer que todos os presos devem explicar o que faziam em uma "festa de bandido".

A Defensoria criticou a declaração do ministro. "(Ter que provar inocência) é colocar a constituição federal de cabeça pra baixo. Na verdade, cabe às forças de segurança prender as pessoas em flagrante e provar que as pessoas cometeram crimes. Fazer o inverso, prender primeiro para que depois as pessoas provem que são inocentes, é a subversão das garantias da Constituição. E todas as provas que individualizam as pessoas até agora não foram consideradas", ressaltou André Castro.

Ainda de acordo com o defensor público-geral, inicialmente a operação "foi anunciada para todos como sendo uma operação de inteligência que prendeu uma reunião de milicianos. E tentam manter essa versão. Só que a partir da noite da prisão, já no momento da reunião de custódia, todos começaram a perceber que a realidade não se encaixava nessa versão dada. Na medida em que autoridades corroboraram essa versão, isso dá todo um peso e dificulta agora o trabalho de soltar essas pessoas",


Fonte: Notícias ao Minuto

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