Ana Lívia Santos de Lyra, Aluna da Escola Estadual Saturnino de Souza, lança seu primeiro livro: Minhas duas faces. - Thiago Henrique/Agência Alagoas
“Minha missão é ajudar a resgatar a cultura da minha cidade e fazer com que as pessoas pensem além das suas fronteiras”. A frase, tão complexa e carregada de responsabilidade, foi dita por uma adolescente de 15 anos. Mas falar sobre Ana Lívia Santos de Lyra é sair da mesmice.
Estudante da 1a série do ensino médio da Escola Estadual Saturnino de Souza, de Matriz de Camaragibe, Ana Lívia teve sua vida marcada pela precocidade e pelo desejo de sempre aprender mais. Impulsionada pelo pai Claudemir, professor de Língua Portuguesa, a garota, aos oito anos, escreveu seu primeiro livro. Aos dez, descobriu a poesia ao ler a obra de Vinícius de Moraes. Aos 14, era a mais jovem membro da Academia Matrizense de Letras (AMALE). E, aos 15, lançou seu primeiro livro “Minhas duas faces”.
“Meu amor pela literatura surgiu na infância, quando meu pai lia histórias para eu dormir. Daí, surgiu o gosto pela escrita e passei a criar histórias. Aos oito anos, escrevi contos infantis que ainda pretendo publicar”, recorda Ana Lívia.
Para o lançamento de seu primeiro livro, Ana Lívia contou não só com o apoio de seu maior incentivador, o pai Claudemir, mas também da AMALE e da Escola Estadual Saturnino Souza. “Fui em um evento do lançamento de livro de Ana Cláudia Laurindo [professora, escritora e cientista social] e lá me ofereci para recitar poesias. Lá, fiz muitas amizades que me ajudaram muito, dentre elas, a Ana Cláudia. E a Escola Saturnino Souza foi essencial para o lançamento do meu livro, cedendo o espaço e me incentivando a fazer a publicação”, conta a jovem.
Missão
Ana Lívia tomou para si a responsabilidade de incentivar mais jovens a se expressarem por meio de literatura. Ela pretende criar um clube do livro com seus amigos e se envolver em outros projetos de leitura.
“As pessoas se impressionam porque tenho 15 anos e já publiquei um livro. Mas, 15 anos não são 15 dias nem 15 semanas. Eles refletem experiências que vivi, que trouxe para o livro e relatei, à minha maneira. E outros jovens podem fazer o mesmo, pois temos muito o que dizer, é importante expormos nossas ideias”, frisa a garota.
Ela diz que o envolvimento com a literatura também afetou positivamente o seu aprendizado. “Quando a literatura está presente na vida do jovem, é muito mais fácil aprender as demais disciplinas, pois você passa a ter melhor capacidade de interpretação e entendimento. E isso reflete também na sua vida, eu sou a pessoa que sou hoje graças à literatura e à arte. A arte, a educação e a literatura são campos que quero vivenciar por toda a minha vida”, declara Ana Lívia.
Fonte: Agência Alagoas