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03/07/2020 às 13h50

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Somos governados por bandidos

A maior ponte ferroviária da América Latina


“A história vai registrar também aqueles que se omitiram, os que foram negligentes, os que foram desrespeitosos. A história atribui glória e atribui desonra, e história fica para sempre”.

Ouvi certa vez, de um político experiente e sábio, a seguinte frase: “Quem é capaz de mentir, também é capaz de roubar”. Fico então a raciocinar: Como a expressiva maioria dos políticos mente, por consequência não devemos nos surpreender com essa roubalheira que assola o país desde os primórdios da República. Sabemos que não foi o PT que inventou a corrupção, apenas ampliou os seus tentáculos e bateu todos os recordes de governos anteriores. Há de se imaginar que com o advento da Operação Lava Jato ficaríamos  livres dessa corrupção endêmica? Comentei o assunto ainda em 2017, quando condenei a espetacularização promovida em torno do caso, o endeusamento de um juiz que mais a frente se revelou um agente político aproveitador e deixou suspeitas de favorecimento a grupos não muito republicanos. Se formos contabilizar os resultados da Lava Jato e todo seu estardalhaço veremos que essa conta não fecha. Os principais lideres da maior quadrilha de assaltantes do dinheiro público da nossa história política estão soltos (a exceção de alguns gatos pingados), Lula o líder maior, alvo de investigações mirabolantes e condenações de araque, pelo Judiciário que se desmoraliza a cada dia, continua desfrutando do seu “bel far niente”, com a complacência dessa mesma justiça. Em minha opinião, a maior lição deixada pela Lava Jato e as altas Cortes de Brasília é uma só: “Aqui o crime compensa”. 

Os nossos corruptos

A maior prova de que a corrupção é o grande patrimônio da política brasileira está em fatos que nos causa indignação, mas não surpreendem. Em meio a maior crise de saúde pública de nossa história, com milhares de mortos pelo Coronavírus, falta de leitos e equipamentos para salvar vidas, pessoas próximas sendo enterradas sem uma despedida ou mesmo um velório digno, pobres morrendo em casa atacados pelo vírus ou mesmo até de fome, trabalhadores desempregados, empresários fechando suas portas, pelo menos 11 governadores estão sendo investigados por suspeitas de desvios de dinheiro da pandemia. Por outro lado informações nos chegam que a CGU, TCU e outros órgãos de Controle Externo estão sem condições de fiscalizar o roubo nas prefeituras, já passando de 5.000 denúncias em todos os estados. 

Um governo que mente descaradamente

A mentira da transposição

Os fanáticos seguidores do governo Jair Bolsonaro, na alienação que lhes é peculiar, retrucam qualquer crítica às idiotices do presidente, aos seus disparates e a falta de preparo para conduzir o país com o já cansativo chavão: “Vocês queriam o PT de volta? Um ano e meio de governo e não se viu falar em corrupção”! E Outras inconsistentes tolices. Claro que ninguém quer os petistas retornando para nos roubar outra vez. Mas esquecem  que o tema corrupção continua habitando o Palácio do Planalto e a Esplanada dos Ministérios. Seus filhos e pelo menos três ministros são investigados por supostos atos de improbidade.

A mentira se tornou uma marca dos “formadores de opinião” que apoiam cegamente o presidente Jair Bolsonaro. A última é a de que ele concluiu a obra de transposição do Rio São Francisco.

O que Bolsonaro inaugurou na semana passada, foi apenas um trecho da obra, que estava 94% pronta quando ele assumiu o governo.

O projeto de transposição do Rio São Francisco é do segundo governo do ex-presidente Lula e enfrentou uma série de críticas, principalmente de ambientalistas e artistas, à época, e tinha previsão para ser concluída em 2017.

Na sexta-feira, quando Bolsonaro inaugurava um trecho no Ceará, o próprio ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, afirmou que se trata de uma obra do Estado Brasileiro e não de governo ou de governos.

A primeira etapa foi inaugurada pelo presidente Michel Temer, em 2017. A conclusão da obra ainda não tem previsão.

Maior ponte ferroviária da América Latina

Outra mentira do governo Bolsonaro

Ao atravessar quase todo o estado da Bahia nos seus 1.527 km de extensão, as obras da FIOL (Ferrovia de Integração Oeste-Leste) revelam a complexidade e o cuidado necessário ao desenvolvimento de projetos de engenharia. No desafio maior que é construir um empreendimento de grande porte como esse, estava a construção de uma ponte ferroviária que atravessa o leito do Rio São Francisco, entre os municípios baianos de Serra do Ramalho (margem esquerda do rio) e Bom Jesus da Lapa (margem direita).

Trata-se da maior ponte ferroviária da América Latina, com 2,9 km de extensão. O empreendimento começou a ser construído em dezembro de 2014 pela VALEC – Engenharia, Construções e Ferrovias, estatal vinculada ao então Ministério dos Transportes. Por coincidência da vida ocupava eu a presidência do Conselho de Administração da VALEC quando em 2018, juntamente com seus diretores, fui inspecionar a obra já concluída. Faltou agenda ao presidente Temer para inaugurar. Sobre a obra o engenheiro da Valec, Luiz Guilherme Pinto fez um vídeo, contando a história desde o nascimento da ponte até o seu término. O canal no Youtube teve quatro milhões de visualizações.

O governo bolsonarista chegou a publicar um texto e depois da repercussão negativa foi retirado das redes sociais. Um vídeo com a legenda: “Maior ponte ferroviária da América Latina, em 11 meses do governo Bolsonaro. Alguém viu isso na mídia”? Tremenda covardia. – Mentem e ainda provocam a imprensa.

Diretores da Valec ( inclusive o autor da coluna) visitam a ponte totalmente concluída

Governo persegue servidores

O governador Renan Filho nunca procurou esconder seu preconceito contra os servidores públicos. Tanto em seu primeiro mandato como no atual, além de travar em seu gabinete todas as reivindicações e benefícios da categoria, tem como pauta a perseguição mesquinha contra aqueles que sustentam com seus trabalhos o avanço da administração estadual. Esta semana entidades representativas dos servidores impactadas pela pequenez do governador protestaram com um documento levado ao público :

“O SINDPREV-AL vem a público denunciar e repudiar a atitude antissindical por parte do governador Renan Filho e sua política de destruição do serviço público estadual. O governador Renan Filho ataca os sindicatos estaduais de defesa dos servidores públicos, numa clara demonstração de que quer subjugar o movimento sindical, destruindo toda e qualquer fonte de resistência à sua política de destruição de direitos.

Fica evidente que o propósito do Governo é atingir, financeiramente, quem pode fiscalizar quem pode cobrar as atribuições das categorias profissionais do serviço público de Alagoas. O que a gente vê é um propósito de se chegar ao controle das instituições”.


   


Pedro Oliveira por Pedro Oliveira

Jornalista e escritor. Articulista político dos jornais " Extra" e " Tribuna do Sertão". Pós graduado em Ciências Políticas pela UnB. É presidente do Instituto Cidadão,  membro da União Brasileira de Escritores e da Academia Palmeirense de Letras.

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