Jorge Vieira – Jornalista
O Brasil, prestes a comemorar a proclamação da República, acaba de sair fortalecido das urnas, desenhando um cenário claro do que deve vislumbrar em 2014 e as perspectivas enquanto projeto de nação. Como experiência democrática, pode ser considerado como é uma criança em desenvolvimento, visto que trajetória histórica o país vivenciou períodos passageiros de participação direta da população decidindo o destino da nação e de governos autoritários.
Depois da abertura política, surgem novas gerações e novos partidos políticos. Da parte população, ainda encontra-se em fase de formação política, em consequência de mais de duas décadas de ditadura militar. Mas, por outro lado, a cada eleição fortalece a mobilização social em torno das discussões sobre o destino do país, dos estados e dos municípios.
Deve-se recordar que, nesse contexto de abertura democrática, são criados dois partidos composto por políticos que enfrentaram o regime militar. O primeiro, montado numa base sindical, de pequenas siglas de esquerda revolucionária, intelectuais e eclesial: Partido dos Trabalhadores. O outro, saí das hostes do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), com uma face intelectual, é criado com base teórica na social democracia, Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).
Identifica-se que, ao longo dos embates políticos entre partidos tradicionais e novos, conquistas e derrotas ajudaram o amadurecendo político e a experiência administrativa. A leitura que se pode fazer do resultado do último pleito, o PMDB mantém o seu espaço nas administrações municipais; o PSDB diminui 13%; o PT continua seu ritmo de crescimento orgânico, obtendo um índice de 14%. A novidade foi o avanço do partido dirigido pelo Eduardo Campos.
Confirma-se para 2014 a manutenção das duas principais forças que têm se alternado no poder: um projeto conservador e mais à direita, aglutinado em torno do PSDB/DEM; e outro, progressista e de centro esquerda, articulado pelo PT/PMDB. Entre as duas principais forças nacionais, alternando as coligações estaduais, o PSB vai se acomodar.
Encerrada a apuração, observa-se que se fecha um ciclo de lideranças em nível nacional, enquanto que outras despontaram como novidade. Dentro os partidos, destaca-se o investimento do PT na aposta dessas lideranças. É caso da cidade de São Paulo, onde o ex-presidente Lula teve um papel determinante na indicação do atual prefeito eleito, Fernando Haddad, contrariando interesses de lideranças tradicionais e consolidadas.
Por fim, a população brasileira mandou um recado claro: o desejo de aprofundamento das reformas sociais e erradicação das desigualdades sociais. Para que isso ocorra, fica o grande desafio: a melhoria da educação.