De acordo com a proposta de orçamento, esses valores estimados consideram o impacto da reforma [da Previdência] aprovada pela Câmara dos Deputados. O texto, porém, ainda precisa passar pela aprovação do Senado Federal.
O secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, já observou que o gasto do INSS avançará cerca de R$ 50 bilhões no ano que vem, uma vez que a última estimativa, para 2019, é de que as despesas somem R$ 630 bilhões. De acordo com ele, isso mostra a necessidade da aprovação da proposta de reforma da Previdência, que passou pela Câmara dos Deputados, “em sua íntegra”.
De acordo com números do Ministério da Economia, se não fosse considerar a reforma da Previdência, o déficit do INSS no próximo ano seria, ao menos, R$ 3,6 bilhões maior – ou seja, seria, no mínimo, de R$ 248 bilhões. E o crescimento do rombo, de 2019 para 2020, seria acima de R$ 32 bilhões.
O governo lembrou que essas previsões consideram apenas o INSS, deixando de fora, portanto, o Regime de Previdência dos Servidores Públicos (RPPS), o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o abono salarial – que não são atribuições do Conselho Nacional de Previdência.
Ou seja, se a reforma proposta pelo atual governo não será capaz de conter o déficit previdenciário, até onde e quando vamos navegar no vermelho neste setor? Vale lembrar que os maiores prejuízos, quem amarga, de verdade, são os trabalhadores de menor renda.
*Publicado originalmente como editorial na edição 32 da revista Painel Alagoas
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