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15/07/2019 às 11h55

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Sexo frágil e a aids

*Maria Helena Vilela

As mulheres lutaram por seus direitos sexuais, pelo direito de estudar, desenvolver uma carreira profissional e conquistar sua autonomia econômica e pessoal. Não era assim até a época de minha mãe!D. Lenita, mesmo sendo uma mulher muito estudiosa, foi impedida de realizar seu sonho profissional – ser médica – porque, em Maceió, onde ela morava, ainda não havia faculdade de medicina. Para poder estudar, ela teria que ir para Salvador, e isso nem pensar! A moça só podia sair de casa, se fosse para casar.Estudar, formar-se, ganhar dinheiro e fazer escolhas era coisa de homem. Mulher tinha que ser dependente, submissa, inocente, e confiar no homem acima de qualquer coisa.Hoje, a garota pode decidir sobre a sua vida e realizar seus sonhos.

 O mundo mudou bastante e a nossa realidade é outra, muito distante daquela que D. Lenita viveu. Mas, quando a questão é amor e sexo, a menina volta no tempo, e ainda se comporta submissa aos desejos do namorado e dependente da iniciativa dele para decidir, literalmente, sobre a sua vida – usar ou não a camisinha.É isto que se pode deduzir do crescente aumento da aids nas jovens e das pesquisas que mostram a dificuldade de a garota negociar o uso da camisinha por medo de perder o namorado ou por medo de ser julgada “galinha”. Há meninas que não usam preservativo em nome do amor pelo namorado, acreditando que “quem ama confia”. Tais comportamentos fazem da mulher o verdadeiro sexo frágil.

A infecção pelo HIV se dá pelo contato direto com o sangue, o sêmen e as secreções vaginais, e isto pode acontecer no sexo oral, mas principalmente, na relação vaginal e no sexo anal. O ânus e a vagina são órgãos muito vascularizados, revestidos por um tecido delgado chamado de mucosa.Na relação sexual, especialmente durante a penetração, o pênis provoca atrito na vagina ou no ânus, mesmo que a garota esteja lubrificada. Este atrito, por sua vez, causa micro-fissuras (aberturas muito pequeninas) nas paredes das mucosas, aumentando o risco de que o HIV presente no esperma entre na corrente sangüínea.Além disso, a mulher é mais vulnerável ao HIV, porque a menstruação aumenta o risco de infecção. Quando a mulher está menstruada, o útero fica completamente desprotegido e exposto ao HIV, por causa da descamação de sua parede, característica da menstruação. 

Fazer sexo menstruada é “entregar o ouro para o bandido”, pois o vírus atinge a corrente sanguínea sem precisar fazer esforço.Como se não bastasse tudo isso, o canal vaginal é um órgão interno, o que dificulta à mulher perceber qualquer alteração na vagina. Muitas vezes, ela só descobre que tem uma infecção, ou mesmo uma DST, se consultar um ginecologista, ou quando a doença já está bastante adiantada. Uma infecção agrava ainda mais a fragilidade da parede vaginal, aumentado a vulnerabilidade da mulher ao HIV.Meninas, fiquem espertas! 

Se existe sexo frágil, estes são o sexo anal e o vaginal, quando o assunto é aids. Portanto, alguns cuidados são fundamentais:– Usar camisinha em todas as relações sexuais; – Fazer a higiene da vulva com água e sabonete, pelo menos uma vez por dia; – Não ter relação sexual desprotegida, enquanto estiver menstruada; – Consultar o ginecologista pelo menos uma vez no ano, mesmo que não esteja sentindo nada.Meninas, sejam donas de seu corpo! Estejam atentas ao que seu corpo precisa e fiquem fora desta estatística da aids. Quem se ama, se cuida!


*Educadora sexual www.lenavilela.com.br

*Publicado originalmente na edição 30 da Revista Painel Alagoas


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