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15/10/2018 às 18h54

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Voto Consciente


Glauco Humai*

O que tem a ver uma asso­cia­ção que reúne os shoppings de todo o país com as eleições gerais do próximo dia 7 de outubro? A resposta imediata poderia ser “nada” ­– afinal, comércio é co­mércio, política é política e eleição é eleição. Ou, talvez, poderia ser “o interesse na eleição de um can­didato apoiado pela associação”. 

Pois é. Num país em que é considerado comum o egoísmo e o individualismo, parece natural o afastamento do processo eleitoral ou, no máximo, a defesa de um ou outro nome que represente a associação.
A boa notícia é que não é bem assim. A entidade que re­presenta os shoppings centers acaba de lançar a campanha Voto Consciente. São 10 dicas para incentivar o consumidor cidadão a se tornar, também, um eleitor cidadão.
Mas a troco de quê? O que levaria uma associação ligada a empresários e comerciantes a estimular seus consumidores a votar de forma consciente? Opa, consumidores ou eleitores? Ou seriam a mesma pessoa?
Quando o cidadão, que também é consumidor, chega a uma loja, ele analisa o produto, questiona o preço, aciona a famosa balança do “menor custo, maior benefício”, compara com outras opções e, finalmente, a partir de critérios objetivos como necessidade, preço e qualidade, faz sua opção e troca seu dinheiro pelo produto desejado.
Aí é que reside o ponto de conexão. As duas associações representam aqueles que dependem do consumidor para existir. Afinal, sem consumo não haveria venda, não haveria empresa, nem comércio ou indústria.
Mas eles dependem também de um país com a economia aquecida, com o consumo em alta, com estabilidade política, com oportunidades de empreendimento. Por isso, dependem igualmente do consumidor consciente, politizado, interessado em conhecer o destinatário de seu voto, caso tenha sido convencido de votar.
Diante desse quadro, vamos fazer as contas: em média, os shoppings recebem a visita de 460 milhões de brasileiros por mês. Considerando o total da população brasileira, é como se cada brasileiro fosse mais de duas vezes por mês a algum shopping. Talvez isso explique o avanço da conscientização do consumidor, hoje muito mais consciente e cauteloso do que no passado. Temos o consumidor cidadão.
Isso não acontece, porém, com as eleições. Muitos ainda consideram o voto um fardo, não um direito; uma penalidade, não uma oportunidade.
É nesse sentido que entra a campanha Voto Consciente. É preciso quebrar a lógica de que a política não vale nada, de que ninguém presta, de que todo mundo é ladrão e de que “alguém tem que fazer alguma coisa”, desde que não seja eu, e de que nada nos resta a não ser esperar um novo momento que ninguém sabe quando poderá chegar.
A campanha Voto Conscien­te propõe uma série de ações para que o eleitor que anda afastado de tudo o que diga respeito a política, passe a perceber tudo o que acontece com ele em todos os sentidos da sua existência.
Estão entre as dicas e orientações ao eleitor/consumidor: não se abstenha de comparecer às urnas; não venda seu voto; saiba como funciona o sistema eleitoral; entenda as funções dos cargos em disputa; conheça os candidatos; pesquise suas propostas e ideias; tenha cuidado com as fake news; fique ligado na campanha eleitoral; promova debates entre familiares, amigos, colegas de trabalho; e anote os números dos seus candidatos para não se confundir no momento da votação.O sítio www.votocosciente.inf.br oferece sugestões para ajudar o eleitor a se identificar com seus candidatos promovendo, assim, um voto de opinião, responsável e consciente, que será lembrado, no mínimo, pelos próximos quatro anos.  O futuro do país não depende dos políticos. Depende do eleitor, que é o responsável por conceder aos políticos a responsabilidade de representar a população.

Cientista político e especialista em Gestão Sustentável de Empresas, coordenador do Movimento Agora!e presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce)

Publicado originalmente na edição 21 da Revista Painel Alagoas


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