Até junho de 2017, 904 mil pessoas esperavam por uma cirurgia eletiva (não urgente) no Sistema Único de Saúde, informa levantamento do Conselho Federal de Medicina feito em 16 estados e dez capitais, com dados referentes a hospitais públicos.
Dentre as 904 mil, o CFM informa ainda que 750 procedimentos constam na fila como pendentes há mais de dez anos. Ainda, segundo a entidade, de cada mil pacientes que aguardam a cirurgia, cinco morrem por ano enquanto esperam -- a avaliação não demonstra, no entanto, se a morte ocorreu em decorrência da ausência da cirurgia.
Segundo o levantamento, a maior fila de espera se concentra em apenas cinco procedimentos: cirurgias de catarata (113.185), hérnia (95.752), vesícula (90.275), varizes (77.854) e amígdalas ou adenoide (37.776). Atualmente, as cirurgias não urgentes mais comuns são da área de ortopedia, oftalmologia, otorrinolaringologia, urologia e cirurgia vascular.
Foram analisados os estados de Alagoas, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, Pernambuco, São Paulo e Tocantins. O estado da Bahia só enviou dados de pacientes que ingressaram na fila em 2017; já o estado do Rio Grande do Norte, enviou somente informações da fila ortopédica.
Em entrevista à Globo News, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, creditou a situação da fila de espera aos municípios e estados. A organização do sistema também foi apontada como justificativa.
"Esta crise é pontual. Nós temos um sistema de saúde descentralizado. Os municípios e estados são responsáveis pela execução da saúde lá na ponta. Há municípios fazendo muito bem o seu trabalho e outros não”, disse o ministro.
Os dados do estudo do Conselho Federal de Medicina foram obtidos via Lei de Acesso à Informação. Apesar disso, diz o CFM, cinco estados não enviaram dados após pedido da entidade: Acre, Amapá, Piauí, Rio de Janeiro e Sergipe.Outros alegaram não ter as informações, como Amazonas, Distrito Federal, Espírito Santo e Mato Grosso; e dois negaram o pedido: Santa Catarina e Roraima.
Uma lástima um país onde a saúde pública não seja prioridade do poder público e entre mortos e feridos, não se salva a cidadania.
Fonte: Painel Alagoas
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