O assédio sexual não é privilégio dos tempos de hoje, mas embora já não seja considerado o tabu de séculos atrás, ainda constrange vítimas que temem levar o abusador à Justiça. Em Alagoas há apenas quatro processos que tratam de assédio sexual tramitando no judiciário estadual, o que mostra que ainda é mínimo o índice de quem tem a coragem de levar o caso a público.
O Painel Alagoas ouviu algumas vítimas desses assédios e muitas ainda se acolhem no anonimato. Umas confessam que se sentem humilhadas, envergonhadas, outras, temem algum tipo de represália, mas a maioria delas tem medo mesmo é de que, no confronto, pese mais a defesa do acusado, do que a denúncia da vítima.
Cerca de 90% dos casos acontecem no trabalho, estima uma psicóloga ouvida pelo Painel Alagoas, e quase sempre a motivação é o estado de poder que domina o assediador, também avalia a terapeuta. Segundo ela, é a distância entre o chefe e a funcionária que muitos vezes intimida a vítima a denunciar ou acreditar que a versão dela vai valer mais do que a do denunciado.
No mundo das celebridades, o ator global José Mayer está no estaleiro da Rede Globo desde o início deste ano, apontado por uma auxiliar de estilista como assediador sexual.
Nos Estados Unidos, em uma semana, surgiram 15 denúncias na imprensa contra o ator Kevin Spacey, que confirmou por nota precisar de “avaliação e tratamento”. O produtor de Hollywood, Harvey Weinstein, foi alvo de 80 denúncias de assédio sexual, a maioria tendo como vítimas mulheres famosas. Ele também optou por dizer que, assim como Spacey, igualmente precisa “se tratar” do problema.
Sim, é possível que o assédio sexual seja um distúrbio a ser tratado, mas é bom que assediadores e vítimas tenham a consciência de que isso é crime, está no Código Penal Brasileiro, de modo, que, passível de tratamento psicológico ou não, quem assedia sexualmente tem que sofrer punição, é a lei. E a justiça, por certo.
Fonte: Painel Alagoas
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