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05/01/2019 às 17h07

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E se Damares tivesse dado aula no Santo Inácio????


Resolvi assistir a entrevista da ministra Damares Alves na GloboNews para, não só conhecer a figura da polêmica ministra, como também para tentar entender a confusão que ela “provocou” nos meios de comunicação e redes sociais 

Estava desconfiado com o estardalhaço da imprensa e os memes  na internet após um vídeo da ministra Damares Alves em que ela “sentencia” que meninos vestem azul e meninas vestem rosa. Soube que ia rolar uma entrevista da ministra na Globonews e , antes de pensar qualquer coisa a respeito(apesar de já estar familiriazado com a “tendência” da grande imprensa e de “outras energias” que não se conformam com o resultado das eleições), resolvi assisti-la para, não só conhecer a figura da polêmica ministra, como também para entender a confusão que ela “provocou” nos meios de comunicação e redes sociais.

Uma das coisas que aprendi logo que comecei a trabalhar com marketing político é que um candidato “bem preparado” para um debate ou uma entrevista tem tudo para obter sucesso na exposição de suas ideias e proposições e , consequentemente, atrair simpatia dos espectadores/ouvintes.

Logo no início da entrevista percebi, pelas primeiras respostas, que a ministra estava preparadíssima para enfrentar o “pelotão de fuzilamento” que a emissora global escalou para a ocasião.

Como nas entrevistas com os candidatos a presidente na última eleição, os jornalistas entrevistadores mostraram-se lentos em raciocínio, letárgicos e repetitivos....totalmente despreparados para deixar a ministra em qualquer tipo de “saia justa”.

Já na apresentação do currículo da ministra, Heraldo Pereira num mix de empolgação e emoção mudou seu “berço”  para a Paraíba, ( ela nasceu no Paraná) sendo discretamente corrigido por ela. A dificuldade do “pelotão” em entender a fala fluente e clara da entrevistada beirava um “analfabetismo intelectual”. Em menos de 10 minutos de entrevista, Damares já havia sido questionada duas vêzes (por Cristiana Lobo e Merval Pereira) sobre  o “que é família” e diante de suas respostas contundentes , os jornalistas demonstraram uma enorme dificuldade para digerí-las.

Outras dificuldades transmitidas pelos profissionais da emissora global foram o entendimento , muito bem colocado pela entrevistada, de questões reais do país como suicídio, depressão e identidade de gênero. Em que país essa turma estudou e se formou?

Damares explicou por diversas vezes que a afirmação sobre a “cor das vestimentas” era uma metáfora a identidade de gênero e se deu num contexto diferente do “pinçado” pela mídia.

Além de salientar que nenhum direito adquirido seria desrespeitado, a ministra explicitou em diversas respostas que as políticas públicas implementadas por sua pasta não seriam imposição, ou interfeririam na trajetória de vida de qualquer ser humano,  mas Merval Pereira e Gerson Camarotti insistiam nessa questão, de que o estado não tinha  direito de se meter na vida das  famílias e blá e blá e blá...

Damares deu um show na explanação sobre a posição do governo na “identificação de gênero” nas escolas.  Demonstrou firmeza e conhecimento ao explicar que esse tipo de discussão tem que ser feito nas “academias” e universidades e não em escolas do ensino básico e médio.Deixou Andreia Sadi  com "cara de tacho" quando descreveu a realidade da mulheres grávidas, vítimas de estupro e rebateu/corrigiu números apresentados por Cristiana Lobo sobre assassinatos de homessexuais  O preparo da ministra nocauteou o despreparo (e até uma certa prepotência)dos jornalistas globais.

É claro que não sou ingênuo de acreditar que todas as maravilhosas propostas de políticas públicas  reveladas pela ministra vingarão, mas torço para as que saírem do papel deem certo.

Entrevista encerrada fiquei matutando se devia ou não postar alguma coisa  no Facebook ( a ideia original desse texto era pro meu blog) e logo imaginei que poderia gerar polêmica e intermináveis discussões que certamente não levariam a nada, a não ser  à uma elevação “de temperatura” de alguns ânimos que já andam exaltados. Foi quando “embolotaram” em minha mente algumas imagens “inacianas”, principalmente das aulas de Religião. Me lembrei de algumas professoras, como a gloriosa Irmã Joana ou da atraente Haydée( sonho de “consumo” da adolescência de muitos, naquela época de “turbulências corporais”). Fiquei me perguntando: se qualquer uma daquelas“mestras” de Religião do Santo Inácio fosse a Damares, concordaríamos com o atual discurso dela?

Antes de pensarem em  responder, deixo mais duas questões/provocações:

- Alguma vez algum professor(a) inaciano, de qualquer matéria, insinuou que poderíamos não ser meninos?

- Quem de nós, dentro ou fora do colégio, vestia roupas cor de rosa?

Sem mais...


Etcetera por Ricardo Leal

Publicitário, radialista, poeta e escritor. Carioca, radicado em Alagoas desde 2002, trabalhou em diversas campanhas eleitorais no estado. Foi diretor da Organização Arnon de Melo (OAM) e do Instituto Zumbi dos Palmares (IZP).  CEO - Press Comunicações Diretor/Editor - Revista Painel Alagoas  Editor - Coluna Etcetera (impressa e digital)

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